terça-feira, 25 de março de 2008

Lobos e Lobitos

Recentemente a selecção sub-18 disputou o Campeonato da Europa, em Itália e veio de lá com uma imagem algo negativa. Com o rugby português em alta isto preocupa-me!

Então vejamos... Portugal chega a Itália com um objectivo bastante concreto. Subir ao grupo A.
Reza a história que...
Disputamos o primeiro jogo com a Lituânia, última do ranking sub-18 (para vos ser sincero nem sabia que se jogava rugby na Lituânia, pelo menos nunca ouvi falar deles a nível sénior), e vencemos. Não foi pêra doce, mas foi uma vitória merecida. O segundo jogo foi disputado com a Bélgica, que tinha vencido a Holanda na eliminatória anterior por larga margem. Aqui começam os resultados realmente negativos... Uma derrota, com uma equipa que tinha sido anunciada como o nosso rival directo e alvo a abater, a quem já tínhamos vencido anteriormente. Bem sei que não foi por uma grande diferença, mas saímos de campo com o sonho do grupo A desfeito. Restava-nos ganhar o seguinte com a Alemanha, 3º e 4º lugar, para que não fosse um fracasso total a nossa prestação. Infelizmente, perdemos! Chegamos a Itália com os olhos postos no grupo A e voltamos de lá com o rabinho entre as pernas e com o 4º lugar na mão. Lesões e arbitragens à parte, foi uma prestação negativa.

Isto tudo para dizer que... Para quando uma aposta séria na formação dos nossos futuros Lobos? Quando é que se vai dar a devida importância ao nossos Lobitos?

Na minha opinião... Quanto mais cedo melhor! E já vamos tarde!

Atenção que não quero fazer dos nossos Lobitos sub-18 uns cristos, apenas quero apresentar um exemplo que poderia ser válido para outros escalões, nomeadamente sub17, sub-21, etc..
O futuro do nosso rugby depende dos jovens, internacionais e não internacionais. Se não lhes começarmos a dar valor, estamos destinados a continuar a naturalizar os estrangeiros que vêm para cá jogar. Não tenho nada contra nenhum deles, antes pelo contrário, mas a verdade é que só são Lobos porque ninguém formou Lobitos! Estão esgotadas e são tão curtas as opções que temos que recorrer a jogadores já formados e com experiência, que acabam por se encaixar bem no esquema mas, " A Portuguesa" não nasceu com eles, foi decorada durante o estágio para ficar bem nas câmaras. Não estou a por em causa a sua entrega, mas simplesmente acho que se deve começar a dar o devido valor ao que temos cá dentro, e é um facto mais que sabido que temos matéria prima, temos boas condições, temos pessoas dedicadas à causa... É só preciso orientá-las no caminho certo.

Basta apenas reparar que entre os sub-19 e os Lobos quase não competimos. Ridículo!

Na minha opinião é preciso analisar bem esta última prestação da selecção de sub 18, aprender com os erros e garantir que eles não voltam a acontecer. Todas as equipas com quem jogamos e as outras com quem podíamos ter jogado, a nível sénior, são equipas que estão uns quantos furos abaixo dos nossos Lobos, mas quando são comparadas com os nossos Lobitos, ao que parece, estão bem acima. Para mim quer dizer uma e uma só coisa... Em países como a Bélgica, a Polónia, a Alemanha, etc.. estão-se a fazer apostas a longo prazo, bem sucedidas quanto a mim, e futuro das suas respectivas selecções seniores está salvaguardado, o que não é o nosso caso. Apostamos tudo no Mundial, fomos bem sucedidos , mas agora estamos por um fio no 6 Nações B. Porquê? Fomos ao Mundial com uma excelente selecção, mas algo velha. Deu-nos a experiência que precisávamos para superar as provas com que nos deparamos, mas fragilizou as nossas prestações no pós Mundial. A fornada de jogadores que representam hoje o nosso país ao mais alto nível precisa ainda de muita experiência e rodagem para se exibir ao nível que a "anterior" nos habituou e que tantas alegrias nos deu. Quem sabe, se não nos organizarmos não somos, se não somos, a curto prazo, ultrapassados por estes países.

Como fazer isso?

Podemos começar de muitas maneiras, mas antes de se por em prática o que quer que seja, temos que mudar a nossa mentalidade. O "amanhã" é tão importante como o "hoje". A ganância não nos leva a lado nenhum! Bem sei que temos que apresentar resultados hoje para não perdermos os apoios, mas amanha também temos e se queremos tudo agora, o futuro vai ser muito negro. Voltamos à estaca zero e isso não é nada bom!
Depois... A FPR tem que acompanhar mais de perto o trabalho que está a ser feito nos clubes por todo o país, em especial nos clubes que surgiram no pós Mundial. A atenção dada aos nossos Lobitos e o percurso que os vai possibilitar um dia serem lobos tem que ser revista e levada mais seriamente, não é só arranjar "kits da Canterburry" para os AA e deixar os mais novos ao abandono. O "espirito dos Lobos" tem que lhes ser incutido desde pequenos! Sem eles o rugby em Portugal acaba. Por fim, temos que ser mais activos. Desde jogadores e ex-jogadores, dirigentes e ex-dirigentes, adeptos e tudo mais. A divulgação não está apenas nas mãos dos clubes e da FPR, está também nas nossas. A criação de academias e centros de treino, fora de Lisboa principalmente, para que os jogadores tenham uma mais evolução mais acompanhada e equilibrada, o rugby nas escolas, o rugby nos jornais, nas televisões, nas revistas, na internet, acções de promoção, workshops, estudos... Todo o tipo de iniciativas que expandam a visibilidade e o espírito do rugby em Portugal são bem-vindas, pois todas elas nos vão trazer apoio e garantias para um futuro recheado de sucessos.

Mãos à obra!!

Obrigado pela atenção. Espero que o que foi acima apresentado seja motivo para levantar vozes para que possam ser discutidas novas ideias quanto ao rumo do nosso Rugby!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Rugby português e Rugby em Portugal



Desde o brilhante percurso de Portugal no apuramento para o Mundial de 2007 que o rugby tem merecido algum destaque na imprensa portuguesa. O rugby no nosso país já é visto com outros olhos e, certamente, por mais olhos.

A crescente visibilidade do rugby levanta alguns problemas, na minha opinião. Ora vejamos... A carreira de Portugal no apuramento para o Mundial de 2007 e o consequente Mundial mostrou ao mundo que em Portugal também se joga rugby, e bem! Obrigatoriamente, as boas exibições dos Lobos, aliciaram alguns clubes dos vários campeonatos Europeus a contratarem jogadores portugueses, ou pelo menos, jogadores que jogaram por Portugal no Mundial (a questão das naturalizações é assunto para outra conversa) deixando assim a Liga de Honra "orfã" de alguns dos seus melhores jogadores!

O que é que se ganhou com isto?

Na minha opinião só os jogadores que saíram é que ganharam... Porque de resto, é discutível! O campeonato português ficou mais fraco em vez de mais forte. Os clubes que durante anos formaram estes jogadores viram-nos partir sem nenhuma contra-partida, muitos deles até tiveram que gastar dinheiro para colmatar as suas saídas. Os seus "estrangeiros", que entretanto se naturalizaram, usaram-se do campeonato português como rampa de lançamento para conseguir novos e melhores contratos. Entre outras coisas...

Resumindo... O Rugby português evoluiu mas o Rugby em Portugal regrediu.


O Rugby português foi posto no mapa, da Europa pelo menos, e o Rugby em Portugal não saiu do sítio (não me venham para aqui falar que as transmissões da Sporttv são evolução pois temos que pagar por elas). Passamos, em pouco tempo, de uma selecção amadora para uma selecção profissional ou semi-profissional, mas até isso nos prejudica. Veja-se o exemplo dos recentes jogos com a Geórgia e com a Rep. Checa em que nos vimos privados de alguns dos nossos melhores jogadores por razões contratuais. Por isso, nem tudo são rosas! Há-que ter cuidado com o caminho a traçar porque arriscamo-nos a encalhar o Rugby em Portugal. Eu com isto não quero dizer que não devemos exportar jogadores. Acho mesmo que o devemos fazer, mas temos que o fazer de forma a que não saiamos prejudicados por isso. Nem os respectivos clubes, nem o campeonato português.

Como fazer isso?

Esta pergunta pode ter muitas respostas e nenhuma delas ser a ideal. Mas uma coisa é certa! Algo tem que se fazer. Os clubes de forma a evoluírem têm receber contra-partidas quando vêm jogadores seus sair. Talvez como se faz no futebol, em que os clubes que participaram na formação de um determinado jogador, aquando da sua saída de um outro clube que não o próprio, recebem uma percentagem dessa transferência. Mais claramente, uma compensação pela sua formação. Provavelmente não se poderá "imitar" o futebol mas pode-se sempre adaptar esta ideia. Tal como esta existem muitas outras. Empréstimos de jogadores por parte dos clubes estrangeiros, etc.. (atenção que também a "transferência" de jogadores de um clube português para outro também tem, na minha opinião que ser revista)

Concluindo...
A pergunta que queria deixar no ar era precisamente esta.
Como é que o Rugby português pode evoluir sem prejudicar o Rugby em Portugal?

Obrigado pela atenção. Espero que o que foi acima apresentado seja motivo para levantar vozes para que possam ser discutidas novas ideias quanto ao rumo do nosso Rugby!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Porquê?!

Porque sim! Porque também tenho opinião e porque quero partilhá-la com o mundo, do rugby especialmente.

Fala-se de muita coisa de rugby hoje em dia mas não se fala muito de rugby.

Como está o rugby em Portugal? O que fazer para evoluir? Por onde começar? Será que tem futuro? Estas são as questões que devemos fazer a nós próprios. Será que "EU", ser insignificante neste mundo, posso fazer alguma coisa para levar o rugby em Portugal para a frente? Não é o rugby português é o rugby em Portugal! O rugby português está melhor que nunca e "recomenda-se". Agora... Onde o vamos "recomendar"? Como o vamos "recomendar"? O que fazer para que os olhos dos portugueses não vejam só futebol?

Pretendo lançar aqui, tanto quanto possível, temas de discussão para partilhar as minhas ideias e para que, quem assim desejar, poder partilhar as suas próprias opiniões e fazermos um pouco pelo nosso rugby que muito precisa de ideias novas!

Obrigado pela atenção!